(Matéria Produzida pela Inforpress em 24 Nov de 2021, Mindelo)
O rapper Revan Almeida regressa com novo álbum intitulado “Futur passod na presente” que retrata uma viagem do rap à música tradicional de Cabo Verde, conforme informações da assessoria do artista.
Depois de “Retardado no Futuro”, lançado em 2017, o rapper propõe um novo trabalho que se “cola” ao tradicional “não somente de forma musical, mas também temática”.
“Além se poder deliciar do rap sem perder o seu ‘groove’ original, somos envolvidos por ‘samples’ e melodias de música das ilhas regadas com letras cujas temáticas vão ao encontro das temáticas do quotidiano cabo-verdiano”, lê-se na nota enviada pela assessoria.
O álbum do artista sannicolauense, residente no Mindelo, retrata estilos como coladeira, morna, mazurka, batuco, finason, funaná, entre outros.
Em cada visita constata-se, segundo a mesma fonte, que o tema escolhido “coincide perfeitamente” com a dos temas da esfera musical deste mesmo estilo, propondo o que Revan chamou de “continuidade”.
Através de “Futur passod na presente”, o artista aborda temas como crítica social, a valorização de costumes, problemáticas sociais como o consumo exacerbado do álcool e seus efeitos, desafios de sobrevivência, sátiras, novas formas de “sodade” (saudade, em português), resiliência, questionamentos, entre outros.
Conforme Revan Almeida, a intenção por detrás do projecto, para além conhecer melhor a música cabo-verdiana, é aproveitar da “rica herança musical” da terra para criação de um diferencial para a sua música, fazendo-se diferenciar do rap que se faz em outras paragens.
O trabalho, conforme informações do artista, é baseado em inúmeras referências, a começar com uma “nova interpretação” da primeira frase do livro Chiquinho “Como quem ouve uma melodia muito triste”.
O lançamento aconteceu no dia 18 de Novembro, nas plataformas digitais e em CD físico, data em que se celebrou os sete anos da Editora Kaza Preta, fundada por Revan Almeida e alguns amigos, em São Nicolau, e que acredita ter sido um “divisor de águas”, tal como avançou à Inforpress em 2020.
“Porque antes éramos tratados de forma diferente e só conseguíamos participar nos festivais, em São Nicolau, através de colectivos, mas depois de Kaza Preta, passaram a valorizar o nosso trabalho, conseguimos o nosso espaço e até negociar cachés”, explicou.
Revan Almeida tem no mercado o mix tape “Literatura sonora”, em 2008, e em 2015, o duplo EP “Cara e Coroa”. Em 2017 lançou o primeiro álbum “Retardado do Futuro” e agora chega com “Futur passod na presente”.
LN/CP
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